segunda-feira, 8 de março de 2010

Três pontos essenciais

Como disse no último post, eu estou literalmente abandonando o meu passado e começando uma fase nova da minha vida. Conheci um cara bacana, que me foi apresentado pela minha amiga que comentei aqui. A conversa com ele foi muito boa. O papo fluiu naturalmente e descobri que não sou o único que tem problemas com a sexualidade. Ele tem a mesma idade que eu e passamos boas três horas conversando para nos conhecermos melhor. Confesso que fiquei encantado e, por este motivo, vou postar aqui os três pontos essenciais para criar expectativas de um relacionamento com alguém:

  1. Atração física - Acho que é o primeiro ponto base para criar alguma expectativa em relação a qualquer pessoa. Não precisa, necessariamente, ser um deus grego ou coisa do tipo, entretanto, precisa ter um ponto marcante, algo que me atraia. Como aquele sorriso que faz você se derreter ou aquele olhar que te deixa pernas bambas, mas aquilo que me deixa mesmo zonzo é o cheiro da pessoa. Sou muito ligado nisso. E não falo de perfumes caros, mas sim da pele. Cheiro de homem é inconfundível.
  2. Bom papo - É o que desencadeia tudo para dar certo. Falar sobre assuntos aleatórios é o que mais me agrada num primeiro encontro, ir desde música a relacionamentos passados (afinal você quer saber um pouco sobre um possível relacionamento e que tipo de relacionamento ela procura não, é?). O assunto tem que fluir naturalmente, como se já conhecesse a pessoa há muito tempo. Tem que ter risos, troca de olhares e frases maliciosos e toques de mãos e pernas “acidentais” para demonstrar que o interesse e expectativa é recíproco. Se a pessoa cita algum escritor alemão do qual eu goste muito, então, me ganha na lábia.
  3. Beijo - Dependendo da pessoa, isso meio que interfere sim. Você fica naquele pensamento depois de ter passado pelos dois primeiros pontos de reconhecimento: “E agora? Quem dá o primeiro passo? Ele ou eu?”. Quando a expectativa começa a passar dos pontos normais você fica em dúvida se aquilo vi dar certo ou não. Se os seus beijos e pegadas se combinam e se o momento vai fazer você ficar sem fôlego. Aquela coisa da primeira pegada animal e que no final deixa gostinho de “quero mais”. Mas nem sempre necessário.

Foi ótimo tê-lo conhecido em meio a tanta gente, pois foi o que me deixou menos tímido, o que me impulsionou a passar mais tempo sentado ao seu lado em meio à música alta que me chamava depois de tanto tempo sem sair para dançar. Foi ótimo ouvir sua risada um pouco descontrolada, nervosa e grossa em meio às falas das pessoas. Ótimo sentir sua mão tocando minha coxa de leve e ver seu sorriso encantador, ver seus olhos vidrados por trás dos óculos. Seu cabelo crespo, levemente bagunçado saindo por baixo da boina. Ótimo você ter me abraçado quando percebeu que eu estava com frio por ter esquecido minha blusa em casa. Foi ótimo passar as horas do outro dia jogando “Monopoly” e “War”. Só não foi ótimo você ter me roubado a Oceania, o continente que tanto gosto, fato que agora nem me aborrece tanto. Foi ótimo ter tido coragem para tentar te beijar e você docemente se recusar. Como disse, não sou o único com problemas de sexualidade. Mas foi ótimo, ah, como foi ótimo!

sexta-feira, 5 de março de 2010

Desabafo/ Convite

Depois da morte de um primo próximo, acabei me enclausurando para ter mais reflexão. Mais do que um primo, um irmão era enterrado. Passamos a infância e boa parte da adolescência juntos, fazendo planos de morar juntos quando entrássemos na faculdade, de viagens e conquistas nas quais estaríamos um passo mais próximos de nossas ambições. Conversas pretensiosas, outras vezes, humildes, dominavam o nosso diálogo. O sonho de mudar o país, mais do que isso, de mudar o mundo! Mas acima de tudo, um bom companheiro não estava mais ao meu lado: nunca mais conversas, nunca mais sorrisos, nunca mais.

O que mais me dói é nunca ter podido mostrar a este primo o que na acontece na realidade, quem eu sou e o que realmente gosto. Gostaria de ter compartilhado com ele algo tão íntimo quanto o segredo da minha sexualidade, poucas pessoas sabem. Mas a este que eu realmente queria contar não tive a chance, e não poderei mais contar. A dor permanece, ele se vai. Aos poucos estou tentando superar a sua perda. Entretanto, o que mais me entristece é que ele nunca me conheceu de verdade.

Convite

Apesar de essas últimas semanas terem sido difíceis, estou tentando mudar algumas coisas que não me agradam. Como o fato de estar preso a uma antiga relação e não fazer nada para alterar isso. Cansei, não agüento mais. Um trem que passou e me arrastou, um trem que deixou seqüelas por três anos que agora eu quero curar, ou pelo menos não olhar mais para as feridas. A morte do meu primo me fez ver que o tempo é curto, não sabemos quando outro trem pode passar, mas dessa vez sem deixar marcas, neste novo trem eu quero viajar. Quero embarcar num novo trem, com destino à felicidade. Não vou mais limitar as minhas possibilidades por questões de um passado que não é mais tão presente. Agora é oficial: estou à procura de um novo trem.

Mas sem desesperos, apenas esperando que alguém apareça. Sem desprezar, apenas dando a chance para um novo amor. Por este mesmo motivo venho convidar quem quiser a participar da minha nova busca a comparecer no aniversário de uma amiga. Numa balada muito conhecida pelos paulistanos do meio homossexual, sim aquela mesma que fica na Rua Frei Caneca... Acho que todos conhecem. Amanhã estarei tentando mudar parte desse passado, não me limitarei e quem sabe as coisas não se tornem mais fáceis?

Abraços e desejem-me sorte.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Aviso

Pessoal, quero informar que nesta semana não vou postar nada de muito interessante... um ente querido faleceu na última semana e não ando muito pensativo. Peço a compreensão de todos que acompanham o blog. Abraços.