Eu havia começado o curso naquela semana, a piscina estava com a água cristalina. Os rapazes iam se amontoando para conhecer os professores e em quais turmas iriam ficar. Ainda estávamos todos vestidos e os nomes eram chamados pouco a pouco. Eu devia ter por volta dos meus 14 anos. Olhei em volta para ver se conhecia algum dos garotos, foi ai que notei um rapaz mais velho ao meu lado, parecia ter entre 16 e 18 anos e possuía um moletom azul marinho amarrado em sua cintura.
O menino aparentava estar excessivamente nervoso, e por algum motivo parecia estar com medo das aulas de natação que teríamos dali em diante. Quando focalizei seu rosto melhor, pude perceber que estava suando frio. Então iniciei um diálogo para conhecê-lo e tentar acalmá-lo. Com o tempo descobri o seu nome, e logo estávamos discutindo coisas em comum como futebol, músicas, livros etc.
Depois de um tempo descobrimos que havíamos ficado com o mesmo professor. Quando fomos levados ao vestiário para nos trocar e começar as práticas do esporte o garoto entrou em choque. Perguntei a ele o que havia de errado e se eu poderia ajudar. Tudo o que ele fez foi abanar a mão e dizer que estava tudo bem.
No vestiário, escolhemos nossos armários e começamos a nos despir, ele pegou sua mochila e começou a procurar sua sunga, disse que provavelmente havia esquecido no carro da mãe. Saiu correndo do vestiário e depois que todos já estávamos de sunga esperando os professores retornarem para nos dar as primeiras instruções ele retorna ofegante com uma sunga azul. Terminamos a aula, sem sequer entrar na piscina o que deixou a todos muito irritados novamente. Voltamos ao vestiário e novamente o rapaz deu uma desculpa para sair do vestiário. Ele era um rapaz estranho, diferente.
Certa vez estávamos a sós no vestiário por termos chegado atrasados depois de uma ida ao shopping. Foi quando tive a idéia de me despir em sua frente para ver qual era a sua reação. Ele ficou imobilizado, controlando a respiração, ruborizando rapidamente. Disse a ele que não precisava ficar envergonhado, pois éramos amigos há algum tempo, me aproximei ainda sem roupas e toquei sua mão gentilmente, ele gelou, eu recuei. Aproximei-me novamente, ele corando novamente saiu do vestiário.
O que eu estava fazendo? Eu não poderia me sentir atraído por outro cara, no fim daquela semana pedi para minha mãe trancar a matrícula. Desisti do curso de natação, fato que até hoje não sei nadar. Nunca mais encontrei garoto do moletom azul que sempre estava a sua cintura. Mas foi a primeira vez que me senti atraído por outro homem.
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