Na última semana eu inaugurei este blog para compartilhar um pouco da minha vida, idéias e opiniões sobre determinados assuntos envolvendo a sexualidade. Por este mesmo motivo acabei entrando em chats, comunidades e outros tipos de sites onde acabei divulgando-o (o blog) e conhecendo muita gente. Pessoas de todas as classes e pensamentos. Contudo, o mais curioso é que todos os diálogos acabavam convergindo para um ideal semelhante: o de firmar um relacionamento, sendo ou não, sério. Recebi convites para orgias, sexos casuais, idas a cinemas e, acreditem ou não, jogos de futebol entre amigos heterossexuais. Nestas idas e vindas virtuais acabei reparando uma espécie de rito de conhecimento do outro virtual: Afeminado? Macho? Ativo? Passivo? Armariado? Assumido? São alguns dos pontos mais tocados.
Posteriormente, tive reflexões sobre o assunto, tentando me colocar em alguns desses papéis e ampliei-as sobre o que as pessoas (a sociedade como um todo) entendem sobre homossexuais e bissexuais. Lembro de uma conversa entre amigos heterossexuais que diziam “que homem não se interessa por outro homem” e “que bicha desmoraliza a imagem masculina”. Mal sabiam que eu, ali, gostava de homens. A questão é: A sociedade possui uma visão equivocada sobre os homossexuais.
Acredito que seja pela proibição e por esta prática “não ser vista com bons olhos”, a maioria dos homossexuais másculos acaba se escondendo e não se assumindo perante a família e sociedade, o que acaba criando o estereótipo de que homossexuais são sim, afeminados, agem e se vestem como mulheres. Não critico isso, pois essa é uma influência histórica e, em parte religiosa, por nos tratarmos de uma sociedade predominantemente católica. O curioso mesmo são as nossas - a dos bissexuais e homossexuais não assumidos - interações que diz que nascemos curtindo outros caras por engano, pois não nos adequamos ao mundo GLS. Eu sou assim, eu penso dessa forma, mas acredito que nenhum de nós se arrepende de já ter beijado ou ido para cama com outro cara, mas com toda certeza preferiríamos ser heterossexuais para evitar qualquer eventualidade, principalmente, com a família.
Acho que o tema está mais intimamente ligado à aceitação do mundo e não à auto-aceitação. Quando temos medo que nossos entes queridos, amigos e companheiros de trabalho descubram sobre a nossa vida dupla, não é algo errado. Pelo contrário, é um sentimento comum. Do meu ponto de vista, ninguém é obrigado a aceitar que você seja de tal forma, entretanto, acho que ela deva, sim, respeitar e não te destratar por qualquer coisa que seja. Mas como conviver com algo ou alguém que você não gosta? Eu sou assim, tenho meus preconceitos também, por este motivo me coloco no lugar do outro tentando ter sua perspectiva. E confesso que me assusta a idéia de me assumir quando isso pode me privar de muitas coisas, como por exemplo, passar a seriedade da minha profissão ou mesmo cortar uma possível amizade ou contato profissional por algum boato do tipo: “Olha lá! Aquele rapaz é gay!” e pessoa que o escutar criar uma falsa impressão sobre mim. Por este motivo não critico a reação dos heterossexuais em determinadas situações, a questão vai além do aqui e agora, é algo mais consistente e mais velho do que simplesmente ir à parada do orgulho gay lutar pelos seus direitos.
Logo depois de algumas conversas no MSN conheci um cara no Orkut devido à divulgação deste blog, um puta cara legal. Universitário, último ano do curso que quero seguir, inteligente que só ele e, repito, um puta cara legal. Lá começamos a conversar sobre coisas em comum e a sexualidade acabou entrando nestes assuntos e ele me fez ver outro ponto: as rotulações. Gay? Bissexual? Heterossexual?
Para ele nada disso importa. O que importava era a pessoa com quem ele estava conversando, independentemente do que ela gostasse e, neste ponto, junto a ele descobri que eu não tenho uma rotulação definida. De acordo com a origem da palavra, gay é aquele homem assumido que gosta de outros homens, por isso é também “alegre”. A interpretação que tenho disso é que o fato de se assumir torna a pessoa mais feliz e livre. Então não sou gay, porque não sou assumido. Entretanto, sou feliz não me assumindo, mantendo em segredo essa minha segunda vida. Não posso definir ao certo aquilo que eu sou, não posso dizer que sei tudo e que estes meus pensamentos se aplicam a todos. Tudo que posso dizer é que sou um cara que curte sair com outros caras. Ponto.
Eu disse e repito: Vc tem q escrever um livro sobre esse assunto, os GLS's agradecem! xD
ResponderExcluirs2 Amu vc, de qualquer jeito! =*
Valeu, Beka
ResponderExcluirNão acho que escrever um livro seja o que eu quero no momento hehehehe
Quem sabe num futuro não armariado (muito distante e irreal) isso dê certo, né?
hahahahaha
Obrigado pelo comentário,
Thinker
Então or apazinho rodou, rodou, rodou e concluiu que ser gay é ser assumido??? Bem.. Há controversias, mas a temática é deveras complicada mesmo... Fiz um post no ano passado que fala sobre oa ssunto, se qusier passar um olho fique a vontade:
ResponderExcluirhttp://yag-nacontramao.blogspot.com/2009/05/vc-e-gay.html
Abraços e boa sorte no novo blog!!!!
Não necessáriamente ser assumido, ser gay engloba uma porção de outras coisas. Mas essencialmente é ser assumido e feliz quanto a assumir a sua sexualidade, o meu ponto de vista, como expresso no post, é o de sentir liberdade, não ligar para a pressão da sociedade, etc...
ResponderExcluirNo meu caso não sou assumido, mas eu sou feliz e acredito que mais do que se fosse assumido, o que segundo a origem da palavra gay não me colocaria no grupo, estaria mais no grupo enrustido ou sei lá. Não me considero exatamente gay por fugir a algumas "regras" que geralmente são um extereótipo dos homossexuais. Não vejo isso como um preconceito ou negação da minha sexualidade, é apenas uma perspectiva diferente. =D
Obrigado pelo comentário, Chesire Cat
vou dar uma olhada no seu post
Abraços,
Thinker
Valeu por tornar-se o mais novo leitor de meu blog, agradecido. Gostei muito de sua discussão em relação a sexualidade, lhe dar com ela é sempre algo complexo e meu objetivo é um pouco parecido com o seu, sinto a necessidade de me desvendar, não para rotular, mas para conhecer, tal como esse meio em que vivo. Não sou assumido também, portanto não me considero livre, espero podermos nos ajudar nessa empreitada de auto-descobrimento. Serei leitor de seu blog, também, a partir de agora, já gostei muito do post do garoto de moleton, demais. A descoberta é sempre incrível.
ResponderExcluirLugar ao sol,
ResponderExcluirMuito obrigado, é justamente esse o motivo pelo qual eu criei o blog. Principalmente para discutir, me descobrir, me conhecer... Sexualidade é algo complexo mesmo, todos os que passam por aqui tem pensamentos diferentes. Quero expresar o que penso e junto às críticas e interpretações dos leitores chegar a uma conclusão simplória do que é minha vida, ou ao menos entender melhor o que estou passando e a tão complexa sexualidade.
Obrigado pelo comentário,
Abraços,
Thinker
Então bem vindo à blogsfera, rapaz. :]
ResponderExcluirTrilhando seu caminho por aqui, tenho certeza, vai encontrar muita gente bacana. Tão bom compartilhar vivências né? Engrandece a gente...
Quanto ao post: olha, esse negoço de ficar assumindo pra Deus e o mundo que você é gay é bobagem. Quer saber o que eu penso? Se aceite, seja feliz e ligue o "foda-se mode:on".
No mais, o importante é ter dignidade.
Ola... Belos posts.. Gostei muito.. naum sou de ler blog mas o seu vou ler sempre.. cara vc vai ajudar muitos gays leigos que naum entendem o que se passa com eles.. Parabéns. Continuando assim tenho certeza que este blog vai crescer muito e me sinto feliz em estar aqui no início de tudo. tbm sou joven, 21 anos, e como vc diz, amrmariado. rsrsrsrs abraço pra vc e sempre quero comentar aqui.. ate mais.. aguardo o próximo post seu.. T+ ;)
ResponderExcluirMassa seu blog cara
ResponderExcluirSe der, de uma passada no meu
http://insightsfromhell.blogspot.com
Ele não possui uma temática propriamente homo. São insights que vem e que vão da minha cabeça que ficam por lá, hehe
Abraços
CPessoa
ResponderExcluirConcordo com você nesse ponto, tem que ter dignidade e também não acho certo dizer para Deus e o mundo o quanto a sua sexualidade. É algo muito íntimo, entretanto, esse foi apenas um pensamento, nada demais.
Isaac
Que bom que está participando. Agradeço todo e qualquer comentário que vier a fazer. E quanto a ajudar gays leigos: acho que todos aqui temos muito a aprender juntos. Difícil não tirar nada de um bom diálgo. Aguardo seu próximo comentário.
Fernando L
Obrigado pela visita, assim que der eu dou uma passada no seu blog e começo a te seguir.
Agradeço a todos os comentários.
Abraços,
Thinker